Dois meses passados, nove semanas de trabalho árduo!
Dou por mim agora a pensar no que aprendi, naquilo que me fortificou. Não foi fácil passar dois meses a acordar com vontade de adormecer novamente, a fazer sacríficios e a espalhar a minha "boa"disposição em redor. O Trabalho... Vivemos uma vida inteira a ansiar por ele, esperando aquele momento em que fazemos algo útil, e quando chega a altura só queremos voltar atrás no tempo.
Se pudesse voltar, provavelmente não faria tudo igual. Mudaria certamente TUDO.
Eu sou assim:nunca satisfeita com a vida, inconformada com o sistema, desgostosa do que acontece. Bem, sou relativamente feliz com alguns pequenos factos que vão ocorrendo na minha vida.
Penso nos meus Amigos, na cidade que deixei pra trás, naquela Casa que era tão minha, na Saudade.
Assim sou eu, dois meses depois: sei o que é o trabalho, embora não tenha as mãos calejadas; sei o que é a dor, embora no meu rosto já não caiam lágrimas com tanta frequência; sei o que é a perda, embora o meu semblante não se carregue de luto e amargura.
Deixei tanto pra trás e nunca o poderei recuperar. Conservei tantos desejos, mas pra eles não consigo encontrar uma satisfação. Se fechar os olhos ainda vejo as carinhas deles, ainda ouço música, ainda sinto aqueles sabores nos lábios, sabores a vinho e a alegria.
Hoje enquanto caminho entre a multidão que habita o metro, enquanto atravesso o Tejo, levo nostalgia do que poderia ser, do que já não é, e sonho que um dia não muito longe, serei de novo eu, e não somente uma pessoa mais que passa na rua. O Tejo, rio que me viu nascer... Não o amo como ao Mondego e nunca poderei amar. O Tejo nunca me secou as lágrimas ou ouviu os meus risos, não me viu crescer.
A minha vida não irá resumir-se sempre à Saudade de Coimbra, mas enquanto certas feridas não passarem, não estarei verdadeiramente aqui.
Sou agora mais forte... Tudo passa!
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