quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Assassinos e Salvadores


Apesar de sorrir e de ter rido bastante hoje, mesmo sendo risos sinceros, sinto-me doentinha por dentro. Estou fraca e desiludida. Sinto-me envergonhada e diminuída por sentir-me assim e plas razões plas quais o sinto.
O mundo em geral está cheio de desgraças, de tristezas, de deslealdades. Já ninguém respeita ninguém. Matam-se uns aos outros como predadores ferozes. Matam fisicamente, matam por dentro e por fora. Matam a felicidade e a vida. Já me assassinaram tantas vezes...vezes sem conta. Algumas foram tentativas, pois defendi-me a tempo. Outras foram bem sucedidas, porque às vezes não posso ser tão forte.
São assassinos de esperanças, de sentimentos, de sonhos. Pegam nestas coisas boas, usam e deitam fora, machucam a alma e muitas vezes o corpo. O corpo sim. A tristeza também se faz sentir no corpo, e o coração dói sim. Pode muitas vezes sentir-se apertado, furado por 1000 agulhas.
A crueldade não se vê na cara a maior parte das vezes. Estão disfarçados de anjos. Usam roupas chiques, colocam sorrisos interessantes e poses falsamente cordiais. Falam devagar, não gritam, e quando gritam a voz soa gelada.
Não falo só dos assassinos e pessoas, de crianças,jovens,velhinhos, adultos. Falo também dos assassinos de virtudes, de vidas felizes. Aqueles que aparecem sem pedir-mos e demoram a ir embora. Quando finalmente partem levam-nos já dias, meses, até anos de vida. Nunca partem de mãos vazias. Na maior parte das vezes partem "levando a nossa cabeça numa bandeja de prata". Um troféu. Só mais um.
Mas também existem aqueles salvadores, aqueles dadores de vida que chegam, aparecem também de mansinho e logo arrancam um sorriso. Há quem tenha o dom de nos arrancar gargalhas sinceras, sorrisos frequentes, vontade de dizer coisas tontas. São os salvadores. Não cobram, não roubam, não exigem e quando querem partir levam muito mais coisas de nós, muito mais que os assassinos.
Já conheci tantos assassinos e tantos salvadores. Com todos aprendi alguma coisa.
Com o último assassino aprendi há quem me ame, quem me queira, quem não me minta nem me engane. Há quem me lembra, me espera, me procura. Quem não me esquece e quem dá valor às coisinhas pequeninas que eu faço. Não me arrependo do que lhe dei...estava a dar a mim também.Não me arrependo de ter amado, de ter sentido.
Hoje fui eu que o matei, não para a vida, mas dentro do meu peito, eliminei-o da minha história. Todas as feridas saram mais cedo ou mais tarde e felizmente tenho os meus salvadores.
A todos eles obrigada. Não vou desistir :)

Sem comentários: