
Entro, procuro pelo meu lugar e ao sentar-me, rapidamente experimento aquela sensação de aconchego e segurança. Duas horas de viagem que sei que serão iguais aos tantos pares de horas em que fiz este caminho.
Música, olhos postos na paisagem, aquela paisagem que conheço de côr...as árvores, o verde, os montes, cada casinha.
O sono começa a chegar e ali fico, sossegada, dormindo. Acordo com os burburinhos irritantes de pessoas que não sabem andar de comboio. Fazem barulho, falam alto, mastigam os seus lanchinhos de boca aberta e depois fazem aqueles barulhos irritantes, tipo estalinhos com a língua nos dentes: nojento e capaz de enervar qualquer pessoa.
Pombal...chuviscos na janela. Está a chover, está mau tempo. Sinto-me insegura e só. Nunca antes me havia sentido só nestas viagens.
Quando cheguei a Coimbra senti pela primeira vez que já não me encaixo, que já não tenho um lugar só meu. Pela primeira vez não me senti forte e destemida, e desejei voltar. Voltar a Lisboa, voltar ao Poceirão, voltar a casa.
Como na ida, sentei-me no meu lugar e senti-me então melhor. Ia voltar.
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