quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hoje

Hoje sou como um vidro
Quebradiço, frágil
Um espelho que não reflecte
Uma voz que se calou
As brasas deste lume desvaneceram
E o brilho dos meus cabelos se transformou em nada
Hoje sou como os rios que secam com o tempo
Que param o seu curso a meio
A minha cabeça executa uma ópera violenta
E o batuque corta-me os sentidos, os pensamentos
Hoje sinto-me só, numa solidão cruel
Nua de virtudes, de vontades
Não sei o que sinto, nem sei se sinto
Mas sei que Te sinto
Na pele, nas mãos, no coração
Aqui estás, parado e em silêncio, pois não te ouço
Sinto-te aqui, tão fortemente a latejar no meu peito
E gritas para que não te deixe partir
Nem eu quero que partas.
Fica comigo, sorri-me outra vez.
Ninguém tem o teu sorriso, ou a tua voz
Ninguém tem o teu toque, essa chama no olhar
E ninguém faz amor como tu: Prendes-me os braços e a Alma
E eu não sou eu sem ti.

Vanessa Lopes,

numa tentativa de fazer um poema bonito, baseada nos factos mais reais que poderiam existir: a miserabilidade que sinto hoje

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito bonhito sim senhor.. :)